Oh mente,
Descansa as tuas asas doridas pelo que procuras
Maceradas pelo fogo da procura do que para fora projectas.
Repousa o teu corpo tenso e cansado
Aterra e aninha-te no ninho do Coração
Derrete aqui
Todo o fogo glaciar e ventoso
Na água amena e espacial da qual és projeção.
Concede-te tempo num tempo de eclosão.
Eclode e reconhece no Coração aquilo que nunca pudeste deixar de Ser.
Encontra-te no abandono da tua procura
E funde-te naquilo que és.
Não pelo querer das tuas asas mas pelo ser do qual és manifestação.
Oh, mente…
Não há tempo para o sem tempo
Que contempla o tempo do teu voo sonhado.
Há tempo nos voos onde te colocas,
Algumas vezes sobre prados coloridos onde te perdes no deslumbramento
Outras tantas sob nuvens cinzentas onde te perdes no sofrimento.
O que contempla o teu voo é a origem da viagem que és.
O que observa o teu voo sente o espaço deslocado pelas tuas asas,
Sente a procura pelo teu encontro e sente o encontro da tua procura.
Não há um eu e um tu naquilo que somos.
Oh mente…
Eu sou sem ti mas tu não és sem mim.
Namastê,
Jorge M. Porfírio
www.raiosdomesmosol.blogspot.com
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