Por vezes a vida coloca tantos sinais à frente que facilmente desconsideramos os sinais como sinais, passando-nos despercebidos. Por vezes ficamos até confusos e atordoados. Sinais são “chamadas” para que a atenção se recoloque num sítio/estado com mais espaço, mais amplo, recetivo a um espectro de cores mais alargado para que com ele se possa interagir com o mundo. O momento tendencialmente é dirigido pelo “complicómetro” a que chamamos mente, turvando a visão profunda, dificultando ver a profundidade do simples e integrá-la depois no momento seguinte.
A Vida fala
através das coisas simples. Aliás, a vida sempre fala, mas dir-se-ia que nem
sempre a escutamos parecendo até que estamos de costas voltadas para ela. Certamente
que já reparou nas chamadas “coincidências”. Por exemplo, quando pensa em alguém
e momentos depois esse alguém lhe telefona ou bate à porta.
Ao conseguirmos
estar suficientemente presentes e disponíveis para realmente observar a
mensagem nas entrelinhas que a vida nos faz chegar, dizemos “Estou aqui!”. Trata-se
de observar a linha da aparente “coincidência” e aprofundá-la. Dessa forma
iremos entendê-la como sincronicidade, onde se intui que a inteligência da Vida ressoa com a vida inteligente em todos nós e desde esse ponto
tudo flui de forma harmoniosa como se um rio transparente de convergência, presença, evolução e equilíbrio se tratasse.
O poeta sufi Rumi, dizia: “Para mudar a paisagem basta mudar o que sentes”. Para
um reconhecimento mais vivo da vida ter lugar para acontecer, convém que
tenhamos a capacidade e , acima de tudo, a vontade genuína de primeiro “esvaziar”
a mente, desejando a mudança. Tal como num copo cheio de água até ao limite não cabe nem mais uma
gota de água, numa mente cheia também não há lugar para nada mais. Mudar o que
se sente passa por convidar a uma mudança de paradigma interior. Tantas e
tantas vezes a vida nos dá sinais que, repetindo certo tipo de padrões ou
rotinas, iremos estar a remar contra a maré do livre fluir da vida e da paixão
que nos anima e alimenta a alma. Quando o plano A não corre como seria
desejável uma e outra vez, talvez seja a Vida a dizer: “Ei! Passa para o plano
B!”. Afinal, o alfabeto tem tantas letras…
Fique aqui,
no momento. Presente. E entretanto, se vir um sinal para atravessar na
passadeira, escute-o. Afinal, a Vida fala consigo a todo o momento… simples
mente.
Namastê,Jorge M. Porfírio
www.raiosdomesmosol.blogspot.com
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